Recebi dois feedbacks a respeito de minhas preleções no último retiro de casais. Um deles disse que minhas palavras foram cheias da unção do Espírito Santo, pois somente Ele poderia tê-las colocado em minha boca. O outro disse que eu estava árido, usando muita filosofia para explicar e estender os limites do Evangelho. (Evidentemente, o primeiro é verdadeiro).
Estou acostumado com isso. No mesmo dia ouço uma pessoa encantada com a Ibab e outra absolutamente decepcionada. Ouço pessoas dizendo que a igreja foi a melhor coisa que lhes aconteceu, enquanto outras carregam mágoas profundas em razão de suas experiências na comunidade cristã. No mesmo auditório tem gente que acha que a igreja não faz nada pelos pobres, e outras que agradecem a Deus os remédios e as cestas básicas que recebem, e dizem que “esta igreja, sim, sabe cuidar dos necessitados”. Na mesma sala tem gente que agradece porque “os filhos morrem de paixão pelo líder dos jovens”, e outras que acham a igreja “irresponsável por manter um líder assim cuidando da juventude”. A igreja não evangeliza, a igreja não ora, a igreja isso, a igreja aquilo. No início eu tinha certa dificuldade em compreender este paradoxo. Imaginava, “será que essas pessoas estão falando da mesma igreja, do mesmo sermão, do mesmo líder de jovens, do mesmo evento de final de semana?”.
Até que cheguei a algumas conclusões. Passei a acreditar que todo mundo tem razão. Nesse caso, quando ouço “essa igreja é maravilhosa”, geralmente respondo “que bom que sua experiência com essa igreja é tão gratificante”. Por outro lado, quando ouço alguma pessoa magoada com a igreja, respondo “que pena que sua relação com a igreja seja tão destrutiva”. Em ambos os casos, meus interlocutores têm razão. Cada um tem sua razão, pois cada um tem uma experiência com a igreja. O ponto em questão não é a igreja, mas o tipo de relação que se desenvolve com ela.
Também acredito que as opiniões das pessoas dizem muito mais a respeito delas mesmas do que das coisas a respeito do que têm opinião. Quando ouço “seu sermão foi para mim”, o ponto em questão não é o sermão, mas o ouvinte que está dizendo algo como: concordei, atendeu uma necessidade que eu tinha, eu estava precisando ouvir isso, confere com o momento da minha vida, e assim por diante. Quando ouço “achei que hoje você não estava muito inspirado”, interpreto como “seu sermão não disse nada para mim, seu tema não me interessa no momento, vim com outra expectativa, não concordei”, o que não significa que o sermão foi ruim, ou não disse nada para ninguém. É fato que há opiniões quase unânimes, e, nesse caso, o sermão é ruim mesmo, mas isso é raro. Graças a Deus.
Acho que aprendi a ouvir as opiniões das pessoas. Já não me afetam tanto. Antes eu ficava magoado ou orgulhoso, concordava com os que elogiavam a Ibab e ficava indignado com quem falava mal. Hoje é diferente. Peço a Deus que me dê sabedoria e discernimento. Creio que o que importa é servir aqueles que compartilham comigo suas opiniões e experiências. Os que se sentem credores devem, ou ser ressarcidos ou aprender a perdoar. Os que sentem devedores devem ser gratos e aprender a compartilhar. Pois a igreja caminhará sempre assim: com créditos e débitos. E ainda bem que Deus não soma nem créditos nem débitos. Para Deus é sempre tudo graça-gratuidade.
Fonte: IBAB
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