Isaías 41.1
“Quem fez e executou tudo isso? Aquele que desde o princípio tem chamado as gerações à existência, eu, o SENHOR, o primeiro, e com os últimos eu mesmo.”
Quantas lutas e dilemas encontramos em nossas gerações. Cada geração enfrenta seus desafios, cada uma, anciãos, adultos, jovens e crianças, têm nos dias de hoje que enfrentar seus próprios problemas muitas vezes sozinhos e isolados. Deus olha para todas as gerações e diz: “Naquele tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as gerações de Israel, e elas serão o meu povo.” (Jeremias 31.1). Deus é o Senhor de todas as gerações e famílias. Cada geração em particular esta sob o olhar atento de nosso Deus. No A.T, em geral, o tempo de uma geração para a outra era de aproximadamente 40 anos, mas hoje este tempo encurtou para cerca de 25 a 30 anos ou até menos. Independente da sua ou da minha geração, Deus não vê melhores ou piores, Deus vê pessoas e gerações distintas que necessitam se conectar neste tempo tão atribulado.
Conectar as gerações significa que cada geração deve estar integrada e interligada uma a outra. Nenhuma geração pode andar sozinha, dependemos uns dos outros para o bom e saudável progresso do evangelho. “Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra.” (I Coríntios 12.19-23).
Quando nós perdemos a interdependencia de vista, geralmente uma de duas coisas acontece com as nossas atitudes. Ou uma geração terá uma atitude bastante complacente em relação à outra, ou uma geração irá isolar-se, não se dando conta de que ela também está perdendo com isso. Cada geração foi planejada para desenvolver uma função específica neste mundo e na Igreja. “O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração.” (Salmo 33.11). As gerações foram criadas por Deus para serem o transporte por onde Ele revela e manifesta os Seus planos.
A geração das crianças – Esta é a geração da esperança. Uma geração frágil e muitas vezes negligenciada na Igreja. Jesus sempre valorizou as crianças: “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.” (Mateus 18.4). Existe uma batalha feroz por esta geração. O diabo investe pesado para arrancar esta geração da Igreja e impedir que as de fora entre. Todos nós somos responsáveis por esta geração. A geração das crianças pertence a todos nós e nós fomos comissionados a assumir a responsabilidade por elas, tendo ou não filhos biológicos. Devemos guardar esta geração, amá-las, investir em seu bom crescimento físico e espiritual.
Muito mais que o futuro da Igreja as crianças devem ser encaradas como o presente de Deus para a perpetuação do evangelho no mundo. “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.” (Provérbio 22.6). As crianças nos imitam em tudo, elas repetem aquilo que vêem. Se passarmos à tarde de domingo vendo programas de auditório e futebol na televisão ela entenderá que isto é o melhor para sua vida. Instruímos nossas crianças nos colocando como exemplos, modelos a ser imitados.
A geração dos jovens – Esta é a geração da descoberta. Um tempo de muita crise e dilemas. Enquanto as crianças se preparam os jovens querem agir. É um tempo de experimentação. Para muitos jovens não vale o que está escrito, vale o que foi provado. A experiência dos outros não serve muito para um jovem. Este é um momento crítico na vida do ser humano. Esta geração necessita ser acompanhada de perto, incentivada, amada, respeitada, os pais naturais e espirituais devem “apostar”, acreditar em seus jovens, exaltar suas qualidades. Não é fácil ser crente na juventude, por isto o Apóstolo João escreveu: “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.” (I João 2.14b). Ser um jovem cristão é ser um vencedor.
Os erros e acertos dos jovens fortalecem sua relação com Deus. No entanto, ser jovem não é justificativa para o pecado, pelo contrário, esta geração deve se manter sóbria e atenta para não servir de escândalo na Igreja. O jovem Timóteo foi alertado: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.” (I Timóteo 4.12). O jovem não deve ser desprezado na Igreja, pois ele é a força, a empolgação, a energia que faz a Igreja caminhar um pouco mais adiante.
A geração dos adultos – Esta é a geração dos guerreiros. Grande parte da liderança da Igreja está em suas mãos. Esta geração acredita no poder de Deus, investe no crescimento espiritual, apóia a obra missionária. Os adultos sempre estão prontos para as batalhas, não temem as adversidades, pois já passaram por algo parecido no passado. Esta é uma geração amadurecida e respeitada pelos mais jovens. Muitos são tentados a caminhar sozinhos, mas a experiência lhe diz que isto não seria bom nem proveitoso.
A geração adulta, pela proximidade, entende mais a geração dos jovens, se tornando um grande apoio no desenvolvimento de suas habilidades. A maturidade desta geração é vista quando ela não se envolve em questões menores no Reino, coisas que não edificam em nada. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” (I Coríntios 13.11). É inadmissível meninices na fase adulta da fé cristã. “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos.” (I Coríntios 14:20)
A geração dos anciãos – Esta é a geração dos verdadeiros campeões. Os anciãos podem contar as histórias das pelejas vencidas. Eles aprenderam a combater o bom combate. Eles aprenderam a continuar lutando e a não se abater com os ferimentos de guerra. Muitos sentem que estão enfraquecendo, mas o que realmente interessa é o que ainda está adiante. Esta geração deve ser a mais respeitada e honrada, pois somos frutos de suas orações. O Apóstolo Paulo instrui o jovem Timóteo a respeitar o ancião: “Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais;” (I Timóteo 5.1a). Todo ancião deve e pode se sentir pai espiritual dos novos cristãos, zelando pelo bom desenvolvimento de sua fé.
O ancião precisa se manter disponível no Reino. Sua experiência facilita o amadurecimento da Igreja. Sua palavra deve ser moderada e profética sobre a vida dos novos cristãos. Devem partir do presbítero ou ancião a iniciativa e o suporte na preparação dos líderes que estão emergindo, abrindo suas residências para as novas gerações. Os anciãos precisam gastar a maior parte de seu tempo preparando os futuros líderes, compartilhando sua vida com eles. Eles irão transmitir-lhes a força de suas experiências, a sabedoria que obtiveram por meio dos bons tempos e dos tempos em que foram testados. Não é tempo de nostalgia, mas de trabalho na seara.
Não é tarde para integrar as gerações, anciãos, adultos, jovens e crianças estão esperando um abraço e uma palavra que lhe indiquem como seguirem juntos. Somente corações humildes como as de uma criança se conectam com outras gerações. Não há maior virtude na vida cristã que a humildade. “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (I Pedro 5.5). Crianças, jovens, adultos e anciãos devem respeitar uns aos outros, sabendo que cada geração tem o seu lugar e seu propósito na Igreja. Uma Igreja saudável é uma Igreja integrada, onde as gerações não buscam seus próprios interesses e desejos, antes trabalham juntas em prol do Reino de Deus.
Pr. Eurico C. G. da Costa
Fonte: Site Faz Chover
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