A expansão do Evangelho está diretamente interligada à vida de oração da Igreja do Primeiro Século. A ordem expressa aos discípulos para “que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do pai”, resultou num estado de espera cuja característica principal foi o cultivo da oração (At 1.13,14,24,25): “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”.
No dia de Pentecoste é possível ver o resultado dessa perseverança. Todos estavam reunidos unânimes em vários cultos semanais buscando a Deus e aguardando a promessa. “E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2), enchendo as pessoas que adoravam o Eterno na casa em que estavam.
O poder vivificante de Deus espalhou-se pela terra a exemplo da criação, quando o Santo Espírito do Senhor pairava sobre as águas (Gn 1.2). A promessa chegara a partir de pessoas simples que buscavam a Deus em oração crendo na promessa do Cristo. [1]
Em Atos 2.4, os crentes foram cheios do Espírito Santo. É importante notar que o termo “cheio do Espírito Santo” é um recurso linguístico usado por Lucas para se referir literalmente a expressão usada por Jesus Cristo em Atos 1.5: “mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” [2]. O cumprimento em Atos 2.4, “e todos foram cheios do Espírito Santo”, é o desdobramento da promessa anunciada em Atos 1.5. Neste caso, em Atos, as expressões “batismo no Espírito Santo” e “Cheios do Espírito Santo” são sinônimas. [3]
O pentecoste de Atos 2 é “um paradigma padrão”. Ele reflete um exemplo padronizado que estará presente em derramamentos posteriores ao longo do livro dos Atos dos Apóstolos.
A importância histórica, e única, do derramamento do Espírito Santo no Pentecostes é analisada com pertinência pelo teólogo americano Antony D. Palma:
A vinda do Espírito Santo sobre os discípulos que aguardavam no dia de Pentecostes foi sem precedentes. De um modo muito importante, foi um evento único, histórico, sem repetição. Essa vinda do Espírito foi profetizada especialmente por Joel (Jl 2.28,29) e foi ratificada na ascensão de Jesus (At 2.33). Foi um evento histórico-redentor: O termo “histórico-redentor” (ou histórico-salvífico) é a forma adjetiva de “história salvífica”, um importante conceito da teologia bíblica. Ele enfatiza a atividade de Deus na História e através dela, com o objetivo de atingir seus propósitos redentores para raça humana. Carson diz: “Pentecostes na perspectiva de Lucas é antes de tudo um evento histórico-salvífico culminante”. [4]
Certamente a pequena comunidade do período antigo da Igreja não imaginava a dimensão de sua participação naquele evento “histórico-salvífico” cuja característica principal foi sua expansão fenomenológica, atingindo em pouco tempo a maior parte do mundo antigo. Essa expansão, historicamente, começou no cenáculo onde algumas pessoas perseveravam em oração e aguardavam a promessa do Pai.
Através da oração Deus opera poderosamente. A oração era o elemento principal na vida do Senhor Jesus, dos apóstolos e da Igreja Primitiva onde a luta diária era constante, porém, na mesma proporção era o desejo dessa igreja em ver o seu Senhor anunciado a todos.
Os primórdios das Assembleias de Deus no Brasil, que sempre foi conhecida como uma igreja de oração, demonstra o legado dessa prática. Os testemunhos em relação a realidade piedosa naquele período, onde a mensagem pentecostal começava a ser propagada, são infindáveis. Hoje pode-se dizer, que direta ou indiretamente, a população evangélica no Brasil é majoritariamente pentecostal. Esse fato é possível porque no Brasil diferentes grupos oriundos de igrejas tradicionais perseveravam, em oração, e criam na promessa pentecostal bíblica.
Por isso, prezado professor, fale ao seu aluno da atualidade do batismo no Espírito Santo. Deus quer encher seu povo, mexer com a estrutura de seu caráter, impregnar a ética cristã em sua vida. Sem dúvida que a oração é um bom começo para essa mudança!
Fonte: CPAD
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